O Raval é um dos lugares de Barcelona que mais se transformaram com o passar do tempo. Antigamente era chamado de Barrio Chino. Com seus cabarés e espetáculos transgressores fazia parte do subúrbio da cidade, povoado por pescadores e prostitutas. Foi descrito por Jean Genet em seu Diário de um Ladrão. 

Depois, na época da ditadura, seus bares serviram como reduto de intelectuais e revolucionários, que se encontravam atrás das portas de aço abaixadas.

Com o fim do franquismo e posteriormente as olimpíadas foi planejada uma revitalização do bairro, a começar pela Rambla do Raval, calçadão com bares, feiras e o bacanérrimo gato de Fernando Botero.

Já nos anos 90 com a reestruturação do prédio da então inativa Casa de Caridade como Centro de Cultura Contemporânea (CCCB), a construção do Museu de Arte Contemporânea de Barcelona (MACBA) e a Faculdade de Filosofia, Geografia e História, o já então chamado Raval ganhou nova vida. Ainda alternativo e boêmio hoje é visitado por turistas, artistas, skatistas e habitado em sua maioria por paquistaneses, indianos, equatorianos, filipinos e espanhóis, além de uma minoria underground do resto do globo. Uma Babel feita de prédios antigos, grafites, mercadinhos paquis, chinos e hindus, vielas e becos com saída. 

 

Barcelona, 2008